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Legislação

Banco Central do Brasil não tem autoridade legal para regular apostas

By 14 de abril de 2025

Representantes do Banco Central participaram de audiência na CPI das Apostas Esportivas do Senado, que estuda medidas contra o superendividamento de apostadores e investiga sites irregulares e as possíveis ligações entre apostas e crime organizado. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a autoridade monetária não tem poderes legais para impedir a utilização de fundos de bolsa família e os votos de Benefício Monetário Contínuo para apostas. O Banco Central também informou que os brasileiros gastam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês em apostas online.

“Hoje, o Banco Central não tem autoridade para impedir que beneficiários do Bolsa Família façam apostas — isso não é da nossa competência, escopo ou mandato... como é possível segregar recursos na conta de um cidadão por valor? Esses são estudos que estão sendo desenvolvidos”, explicou.

Conforme noticiado pela Rádio Senado, Galípolo esclareceu que a fiscalização e a fiscalização da regulamentação do setor de apostas são de competência exclusiva do Ministério da Fazenda. Isso inclui a regulamentação das instituições de pagamento que atendem sites de apostas. Ele observou que, para que o Banco Central tenha autoridade para impor multas ou impedir atividades que infrinjam a regulamentação das apostas, seriam necessárias alterações na legislação.

“O comando legal afirma que a entidade responsável pela regulamentação das apostas não é o Banco Central... Se o Banco Central implementasse qualquer tipo de controle sobre pessoas físicas para pagamentos excessivos, acredito que não só levantaria questões sobre privacidade, que devemos preservar, como eu ressaltei, mas também não acho que seria um avanço legal para o Banco Central fazer isso.”

Segundo o presidente do Banco Central, uma entidade de apostas que opera sem autorização do Ministério da Fazenda não necessariamente comete crimes como lavagem de dinheiro ou remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Quando tais relações existem, o Banco Central atua de forma diferente com as instituições financeiras que lhe prestam serviços. Participaram também do depoimento o secretário-executivo do órgão, Rogério Lucca, e a chefe do Departamento de Supervisão de Conduta, Juliana Sandri.

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