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Legislação

Comissão do Senado debate restrições à publicidade

By 14 de abril de 2025

Em audiência pública da Comissão de Esportes (CEsp) senadores e especialistas questionaram a eficácia das restrições legais às propagandas de jogos de azar, que entraram em vigor em janeiro de 2025.

De acordo com a Agência de Notícias do Senado, o debate irá informar as discussões sobre duas propostas de lei que visam restringir a publicidade no setor de apostas esportivas online (PL 2,985/2023 e PL 3,405/2023).

Senador Carlos Portinho, o relator para PL 2,985/2023 e autor de um dos pedidos de audiência, afirmou que o projeto é uma resposta dos parlamentares aos “poucos resultados” alcançados pelo governo federal na tentativa de coibir o que ele considera “publicidade predatória”.

Daniele Correa Cardoso, um representante do Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) afirmou que a legislação já inclui diversas ferramentas sugeridas por parlamentares e convidados durante a reunião, como tecnologias de reconhecimento facial para impedir apostas feitas por crianças e a proibição de vincular apostas a ganhos fáceis, renda extra ou investimentos.

Ela também destacou que a publicidade no setor de apostas conta com a participação significativa do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que incentiva a autorregulamentação no setor. Segundo a autoridade, a parceria entre a SPA e o Conar tem sido "muito eficaz".

No entanto, na opinião do defensor público Thiago Henrique Cunha Basílio, que atua no estado do Rio de Janeiro, as propagandas de apostas não transmitem adequadamente os riscos emocionais e financeiros envolvidos no jogo.

Alexandre Fonseca, CEO da SuperBet Brasil, concordou que a comunicação sobre os potenciais danos dos jogos de azar precisa ser aprimorada. No entanto, ele observou que o desafio está em atingir empresas de apostas não autorizadas que não cumprem os requisitos legais de publicidade.

Enquanto isso, Pietro Cardia Lorenzoni, diretor jurídico da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), afirmou que proibir ou restringir excessivamente a publicidade de apostas poderia dificultar a identificação de empresas autorizadas pelo governo pelos consumidores. Ele ressaltou que esse foi o resultado na Itália quando a publicidade no setor foi proibida em 2018.

Senador Styvenson Valentim, Autor de PL 2,985/2023, lembrou que sua intenção inicial era proibir todo tipo de publicidade para evitar que influenciadores e celebridades aumentassem excessivamente o número de novos apostadores “além dos limites razoáveis”.

O envolvimento de celebridades na promoção de jogos de azar está atualmente sob investigação no CPI das Apostas Esportivas do Senado, que investiga sites irregulares e possíveis ligações entre apostas e crime organizado.

No entanto, o senador Jorge Kajuru indicou que rejeitaria qualquer solução "radical" para a questão. Ele observou que as redes de televisão e os clubes de futebol dependem atualmente da receita que recebem de anúncios de apostas.

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