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Legislação

Polícia brasileira expõe o lado obscuro do jogo online ilegal

By 28 de abril de 2025

Um membro da Polícia Civil do Brasil pintou um quadro sombrio e perturbador do jogo online ilegal no país. Comparecendo perante o Comissão Parlamentar de Inquérito às Apostas Desportivas Lucimério Barros Campos quem liderou Operação Fim do Jogo, que desmantelou esquemas criminosos relacionados a apostas e influenciadores digitais, afirmou que casas de apostas ilegais contratam influenciadores e permitem que eles usem contas falsas em aplicativos de apostas para simular ganhos e promovê-los aos seus seguidores.

De acordo com a Agência Senado, Barros Campos explicou que a Operação Game Over foi conduzida pela Secretaria de Investigação de Fraudes após denúncias de pessoas que perderam quantias significativas de dinheiro em plataformas ilegais de jogos de azar online. Ele afirmou que essas operações ilegais de apostas utilizam intermediários de pagamento digital que recebem as apostas dos apostadores por meio do método de pagamento Pix e as transferem para as casas de apostas. Como esses intermediários não são instituições financeiras, o bloqueio de ativos não é possível.

“O caminho é sempre o mesmo: apostador, intermediário de pagamento e casa de apostas... nós levantamos um valor substancial de perdas daquela investigação em Alagoas e identificamos R$ 15 milhões desviados para apostas, tudo clandestino.”

Segundo Lucimério, os influenciadores ganham dinheiro das casas de apostas para atrair mais apostadores, em vez de apostarem eles próprios na plataforma. Ele apresentou provas em áudio e vídeo da investigação para ilustrar os esquemas criminosos utilizados.

Para apostar, o apostador precisa baixar um aplicativo. Nesse aplicativo, os influenciadores recebem a chamada conta demo. Eles recebem contas reais onde colocam o link para as pessoas clicarem e apostarem, mas também recebem outro link onde podem fazer login, simular e gravar a tela demonstrando como obtiveram grandes ganhos. É tudo uma farsa.

Lucimério também defendeu a regulamentação da publicidade de apostas legalizadas. Afirmou ainda que a investigação policial teve início como investigação de fraude, mas, devido à extensão das apurações, seguiu para um Juizado Especial Criminal para Crime Organizado.

“À medida que avançávamos na investigação, percebemos que havia um indivíduo estrangeiro oculto manipulando um grupo de recrutadores no Brasil, que frequentemente contatavam influenciadores diretamente pelas redes sociais. Observamos camadas de tarefas, onde cada uma tinha sua responsabilidade, e classificamos essas ações como crime organizado devido à operacionalização dessas apostas. Também observamos indícios de lavagem de dinheiro”, disse ele.

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